Até o final dos anos 1990, quem decidisse fazer um empreendimento e precisasse de recursos de informática só tinha uma alternativa: desenvolver um projeto, adquirir equipamentos, adquirir licenças de software e garantir orçamento para várias outras despesas. Gastos que incluíam também os salários de profissionais especializados, contratos de manutenção e muitas outras coisas. Em outras palavras: bastante dinheiro. A computação em nuvem pública, acessível a qualquer pessoa física ou jurídica, provocou uma mudança radical nessa situação. A nuvem colocou a alguns cliques de distância, como prestação de serviço, variados recursos de infraestrutura, software e plataformas que até então só podiam ser obtidos por meio de aquisição. E melhor ainda: com preços que em tese qualquer um poderia pagar. Ela trouxe e continua trazendo recursos computacionais de elevadíssima qualidade para orçamentos de qualquer tamanho.
A adoção da nuvem foi lenta
Apesar dessa vantagem e das dezenas de outras, muitas empresas demoraram para adotá-la por várias razões. Na época do seu aparecimento, muitos gestores de TI alegavam que ao utilizar a nuvem, a empresa estava confiando seus dados, seu processamento e armazenamento a desconhecidos. Além do fato de essa premissa ser logicamente verdadeira, o uso de máquinas virtuais, que formam a essência do processamento em nuvem, ainda estava em evolução. Isso e mais o receio universal do ser humano com as coisas novas fez com que a adoção das nuvens fosse inicialmente vagarosa e cuidadosa. Mesmo que os maiores fornecedores de computação do mundo as oferecessem.
Gradualmente, os gestores de TI perceberam que a computação em nuvem se mostrava ideal para uma variedade de situações. Enquanto que para outros eles precisariam da computação local (“on-premises”), ainda que sob a forma de uma nuvem privada, de sua propriedade. Os bancos e outras instituições financeiras podem ser considerados bons exemplos de organizações que decidiram adotar as duas alternativas, naquilo que foi batizado de “nuvem híbrida”. Os mais antigos mantêm data centers próprios, hospedando suas nuvens privadas, nas quais processam e armazenam os dados mais valiosos para suas operações. Mas sabe-se que eles já utilizam, também, os serviços de nuvens públicas. Para aplicações de escritório, por exemplo.
O modelo ‘on-premises’ exige muito capital
A realidade é que esse e outros casos de uso da computação ‘on-premises’ são sempre vorazes em termos de capital: por causa das aquisições mencionadas acima, e também por causa de itens fundamentais como aluguel, construção ou aquisição do local para o data center, atualização dos equipamentos, sistemas e aplicações, despesas com energia, ar-condicionado, segurança, telecomunicações, seguro, impostos. E como se isso não bastasse, ainda precisamos duplicar tudo por causa da redundância. Como compensação, o modelo traz vantagens como controle refinado desses mesmos custos, alto grau de confiança na segurança dos dados corporativos, baixa latência e elevado desempenho das redes.
Já no modelo de nuvem pública, as vantagens começam no modelo de pagamento. Que está associado ao uso que o cliente faz dos serviços consumidos, tal como fazem as concessionárias de distribuição de água e de energia elétrica. O cliente não precisa construir nem adquirir nada. Todos os recursos são de propriedade do provedor de nuvem e podem ser acessados e utilizados por meio da Internet. O provedor também fica encarregado de gerenciar a infraestrutura de hardware e software, para mantê-la disponível conforme o acordo de nível de serviço (SLA). A qualquer momento, o cliente pode solicitar capacidade adicional de qualquer recurso, conforme necessário. Assim como pode fazer o movimento inverso e abrir mão de recursos que não são mais necessários, como também conta com facilidades para migrar de provedor quando quiser.
Desse modo, não apenas o uso do serviço, como também as despesas são variáveis. O modelo favorece a abreviação ou eliminação de processos complexos, típicos de uma operação ‘on-premises’, que incluem cotação de preços, aquisição e justificação de custos e as aprovações necessárias.
As vantagens da nuvem pública
Do ponto de vista de TI, a computação em nuvem traz também vantagens, começando pela abstração da tecnologia em si. Ninguém precisa se preocupar com a qualificação dos recursos de computação, de armazenamento e de rede, porque eles estão dissociados dos ativos de hardware reais, não exigindo grande parte do gerenciamento da tecnologia que seria obrigatório numa infraestrutura ‘on-premises’. A mesma coisa se pode dizer da segurança.
Os provedores de nuvem contam com várias vantagens, que podem apresentar como decisivas para seus clientes atuais e futuros, mas três delas são inquestionáveis. A primeira é que um empreendimento local pode tornar-se global em questão de minutos. A segunda é que, durante esse mesmo intervalo de tempo, ele pode expandir sua capacidade de processar, armazenar e responder à clientela pela Internet, conforme necessário. E terceiro, nunca será necessário investir em equipes de TI ou instalações, porque os provedores de nuvem mantêm seu ambiente sempre atualizado.
Apesar de todas essas qualidades, os clientes de nuvens públicas precisam de excelência no cuidado com seus dados e aplicações. Já que o provedor de nuvem se encarrega da segurança da infraestrutura de processamento, armazenamento e rede. Mas a segurança dos dados é uma responsabilidade do cliente. É um modelo de “responsabilidade compartilhada”, no qual os usuários da nuvem são os exclusivos responsáveis pela configuração e proteção dos seus dados e aplicativos.