Existem muitos setores da economia nos quais, há bastante tempo, o Brasil se destaca pelo uso avançado de tecnologia. E um desses setores é o financeiro. Por causa das dimensões do país e da sua população, as instituições financeiras do Brasil sempre tiveram de enfrentar desafios para superar as mais variadas barreiras, buscando para isso inovações, para conseguir com elas aperfeiçoar e acelerar os serviços prestados com cibersegurança. Por causa dessas iniciativas, em meados dos anos 1980 o Brasil já estava sendo considerado um líder global em tecnologia bancária. Com os terminais eletrônicos presentes nos caixas das agências, bem antes do que a maioria dos outros países. Com o surgimento das fintechs, esse cenário evoluiu ainda mais, trazendo novas formas de inovação e serviços financeiros ao mercado e enfrentando os desafios de segurança nas fintechs.
De lá para cá, os serviços bancários ganharam mais velocidade, usabilidade e conveniência,. A ponto de hoje estarem na palma da mão do cliente, na tela do seu celular. Mas os bancos e outras instituições financeiras não alcançaram essa posição sozinhos. Grande parte das soluções que eles adotaram para manter-se na liderança dos serviços foi criada por empresas muito menores, mas extremamente ágeis e com grande domínio do universo digital, as empresas de tecnologia financeira, ou fintechs, sempre focadas na cibersegurança.
Mais de 20 anos de evolução das fintechs
O termo ‘fintechs’ sugere uma categoria de empresas muito recente. Mas a verdade é que elas já estão no mercado pelo menos desde o ano 2000, quando foi fundado o PayPal atua como intermediário entre usuários e seus bancos, principalmente em transações de compra e venda. No lugar de apresentar dados do seu cartão de crédito, o usuário apresenta sua conta do PayPal. Nesse intervalo de tempo entre o ano 2000 e o dia de hoje, os serviços bancários evoluíram de uma forma surpreendente, com as fintechs trazendo, por exemplo, grandes recursos de cibersegurança para as operações de mobile banking.
Em alguns casos, fintechs criaram bancos inteiramente digitais, como alguns que já existem no Brasil, desafiando os bancos tradicionais. São bancos sem agências físicas, nas ruas, mas que oferecem todos os serviços bancários no dispositivo móvel do cliente. O aparecimento desse tipo de banco foi favorecido pela ampliação progressiva do uso dos serviços digitais. Ao permitirem até mesmo a abertura de contas por meio de um celular, os bancos digitais ofereciam uma conveniência que não era bem aproveitada pelos bancos tradicionais. Dando início a uma concorrência que já dura mais de dez anos. No entanto, esses avanços também trouxeram à tona os desafios de segurança nas fintechs, que precisam continuamente investir em cibersegurança para proteger as transações e dados dos clientes.
Um banco digital é uma instituição financeira inovadora
A concorrência trouxe vantagens para os clientes. Como taxas de juros mais baixas, serviços mais baratos e conveniências criadas pelo foco das fintechs na experiência do usuário e na inovação. Abertura de conta instantânea é um exemplo. Mas os bancos digitais vão além, oferecendo serviços que os clientes mesmos fazem. O que era inimaginável para os bancos tradicionais (mas que agora também oferecem). Entre esses serviços estão transferências internacionais, transferências entre pessoas (como o PIX), investimentos em bolsa e aquisição de criptomoedas. No entanto, a rápida evolução e inovação também aumentaram os desafios de segurança nas fintechs, que precisam continuamente reforçar suas medidas para proteger as transações e os dados dos clientes.
Embora essa descrição elogie as fintechs, isso não significa que elas tenham percorrido sempre um caminho fácil. O mundo digital, assim como o mundo físico, está repleto de acidentes e malfeitores. No mundo inteiro, já ocorreram e continuam ocorrendo incidentes envolvendo essas empresas, inclusive no Brasil. Por isso, a segurança cibernética desempenha um papel fundamental para as fintechs, sejam bancos ou fornecedoras de soluções. Embora a cibersegurança seja mais evidente nos dispositivos dos clientes, ela na verdade envolve toda a operação de uma fintech: servidores, dispositivos dos clientes, tráfego de rede e parceiros.
Tudo isso precisa estar numa segurança harmônica, para garantir a confiança do cliente. Diariamente, milhares de malfeitores buscam romper essa harmonia para obter vantagens, em golpes contra pessoas físicas e instituições financeiras. Por isso, todas as fintechs testam suas soluções de cibersegurança diariamente, enfrentando novos golpes, estratégias e armadilhas, e aprimorando-as constantemente. Um dos maiores desafios para as fintechs, no entanto, está na sua própria natureza. A de liderar na inovação, sendo velozes na pesquisa, desenvolvimento e aperfeiçoamento das suas soluções, para levá-las ao mercado antes da concorrência com segurança.
Ciclos de desenvolvimento rápido no setor das fintechs
Nas fintechs e em muitas outras categorias de empresas, os ciclos de desenvolvimento priorizam a velocidade de lançamento no mercado (o famoso ‘time to market’). Às vezes negligenciando testes de cibersegurança mais rigorosos e a implementação de boas práticas, e isso não é bom. Em 2023, um relatório da operadora de telecomunicações Verizon indicou que 72% das violações de dados no setor de serviços financeiros envolviam a exploração de vulnerabilidades em aplicativos móveis ou recursos recém-lançados para os dispositivos móveis.
Apesar desse indicador, as fintechs (incluindo os bancos digitais) evoluíram muito em cibersegurança, sendo muitas delas especializadas justamente nisso. O resultado dessa evolução se materializa atualmente em serviços financeiros e comerciais praticamente sem fricção, num equilíbrio harmônico entre inovação e cibersegurança. As fintechs e os bancos digitais reforçam esse binômio por meio de iniciativas de educação dos usuários. Ao se tornarem bem informados, os usuários se transformam em reforços da cibersegurança e, ao mesmo tempo, em excelentes guardiões de seus próprios dados e valores.