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Blockchain na cadeia de suprimentos: rastreabilidade e segurança

Tudo o que temos ou que fazemos atualmente depende de uma cadeia de fornecimento, ou como também é chamada, supply chain. No entanto, com a evolução tecnológica, especialmente com a introdução do blockchain na cadeia de suprimentos, essas etapas se tornaram ainda mais rastreáveis e seguras. Do momento em que acordamos até a hora de dormir, dependemos de inúmeras cadeias, cada uma representando um conjunto de processos. O misto quente que você pede no balcão da padaria, por exemplo, tem no mínimo três ingredientes, e cada um possui seu próprio supply chain. São três cadeias, todas no agronegócio: uma no setor de laticínios, que fornece o queijo; uma na pecuária, que entrega o presunto; e uma na agricultura, responsável pelo trigo.

Desde a obtenção da matéria-prima até chegar no balcão, esses três componentes percorrem processos intermediários que precisam dos mais diversos controles e registros. Origem dos insumos, qualificações do fabricante, da embalagem, dos transportadores, certificações de fiscalização e mais uma infinidade de itens que até pouco tempo atrás só podiam ser controlados conferindo-se documentos em papel enviados junto com as mercadorias. Isso mudou com a introdução do blockchain na cadeia de suprimentos, que permite criar um registro imutável por meio do qual se pode verificar detalhes de todas as etapas de um processo e assim localizar qualquer falha que ele contenha. Em termos de prazos, horários, procedimentos e quaisquer outras características documentáveis.

Como funciona o blockchain em supply chain?

Uma tecnologia ao alcance de todos os setores

A adoção do blockchain na cadeia de suprimentos está se expandindo rapidamente para diversos setores econômicos, como farmacêutico, agro, alimentos, automotivo e aeroespacial. Essa tecnologia complexa funciona como se fosse um livro caixa, onde se registra tudo o que entra e sai de uma empresa. Mas um livro caixa distribuído, descentralizado, e no qual os registros ou grupos de registros são chamados de “blocos”. Numa explicação bem simplificada, cada bloco contém um hash do bloco anterior, um carimbo de data/hora e os dados da transação. Qualquer alteração num bloco invalida o hash que o bloco seguinte armazenou e, portanto, quebra a cadeia, expondo então um erro.

O uso do blockchain na cadeia de suprimentos teve sua primeira aplicação com o Bitcoin, a primeira das criptomoedas. Por volta de 2016, diversas corporações começaram a adotá-lo como solução de rastreamento e auditoria. Entre elas, Walmart e Amazon. Uma das principais aplicações é nas empresas alimentícias, que agora podem ter visibilidade de ponta a ponta em suas cadeias de suprimentos e auditar registros imutáveis para rastrear produtos quase instantaneamente. Não só elas, mas também seus parceiros podem identificar, por exemplo, uma fonte de contaminação e assim localizar com exatidão clientes que receberam produtos com problemas. Isso permite reduzir a perda financeira descartando apenas os produtos afetados, o que beneficia a reputação da marca.

Vantagens e segurança no uso do blockchain

Essa solução oferece vantagens claras, como a economia de tempo, reduzindo os intervalos para a conclusão de transações de dias para minutos. A liquidação das transações também se torna mais rápida, principalmente porque não exige a verificação por uma autoridade central. Outra vantagem do blockchain na cadeia de suprimentos é a evidente redução de custos, já que as transações integradas a blockchains precisam de menos supervisão – os participantes podem até trocar itens de valor diretamente entre si. Finalmente, os recursos de segurança do blockchain o protegem contra adulteração, fraudes e outros crimes cibernéticos.

Até mesmo os governos podem se beneficiar da aplicação do blockchain em cadeias de suprimentos para serviços internos ou para os cidadãos. O Serpro, empresa de tecnologia do governo federal brasileiro, atualmente já tem pelo menos três sistemas em produção utilizando blockchain, um deles o B-Cadastros, uma rede para compartilhamento das bases da Receita Federal com estados, municípios e órgãos da administração pública. Eles desenvolveram todos esses sistemas sobre a DLT Hyperledger Fabric, uma plataforma de blockchain de código aberto usada para criar aplicativos e soluções para terceiros. A IBM a criou originalmente em 2015, e agora a Linux Foundation a hospeda.

Rastreabilidade e garantia com blockchain na cadeia de suprimentos

Todas essas características de segurança fizeram com que empresas como a Nestlé, por exemplo, adotassem o blockchain para garantir transparência em sua cadeia de suprimentos. Usando a Hyperledger Fabric para integrar parceiros, a empresa pode facilmente oferecer informações sobre toda a cadeia. Em 2020, lançou edições especiais de grãos integrais Zoégas e café torrado e moído na Suécia, na sua linha “Summer 2020”. O café, da variedade arábica, tinha origens no Brasil, Ruanda e Colômbia, com grãos 100% certificados pela The Rainforest Alliance. Os consumidores podiam rastrear o café até suas diferentes origens, conferindo de onde vinha aquele que haviam comprado, utilizando os dados armazenados em blockchain.

Embora seja uma tecnologia avançada, complexa e disruptiva, o blockchain na cadeia de suprimentos continua em plena evolução e há startups trabalhando para tornar suas aplicações cada vez mais numerosas. Uma delas, a norte-americana Rivetz, está aplicando blockchain na segurança de aplicativos para smartphones. A aposta da empresa é que o smartphone se tornará o maior repositório de chaves privadas na economia de blockchain, e nesse ecossistema, esse “dispositivo final” é potencialmente um elo fraco. A plataforma da empresa valida “dispositivos conhecidos” e as exigências de “Know Your Customer” necessárias para transações seguras. Com esse recurso, a expectativa é que um dia todas as transações financeiras feitas com smartphones sejam 100% seguras.

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