A princípio, uma botnet (bot = robô + network=rede) é uma rede de dispositivos conectados à Internet, que são controlados remotamente por um cibercriminoso, sem o conhecimento dos usuários dos dispositivos. Por exemplo, o atacante cria uma central (C&C), infecta várias máquinas e em seguida realiza um ataque em massa, contra um, ou, vários alvos ao mesmo tempo.
Contudo, além de serem utilizadas para gerar ataques, uma botnet também pode ser usada na mineração de criptomoedas e na disseminação de informações em campanhas políticas. Portanto, a tendência é que nos próximos anos, os ataques botnet se tornem cada vez mais comuns.
Seja para ataques de negação de serviço distribuído (DDoS) ou outro crime cibernético, as botnets são um perigo em potencial para empresas e usuários no mundo todo.
Neste artigo, você irá entender sobre uma botnet, como ela funciona e as melhores formas para se proteger contra esse tipo de ameaça na web.
Como funciona um ataque feito a partir de uma botnet?
Antes de mais nada, para amplificar um ataque e causar grandes danos em uma infraestrutura de rede, o cibercriminoso precisa criar ferramentas que o auxiliem nesse processo. Além disso, a botnet é um recurso utilizado pelo atacante para gerar ataques volumétricos ou complexos, que dificultam ainda mais a defesa da vítima. Por exemplo, o cracker identifica os alvos vulneráveis — computadores, servidores, roteadores, dispositivos IoT, etc —, infecta todos eles com um malware e em seguida os controla remotamente a partir de uma central (C&C).
Para ficar ainda mais claro, vamos imaginar que você abriu um e-mail e acabou clicando em um link aparamente normal. Depois que você clicou no link, ele te redireciona para uma página que, em um primeiro momento, pode não parecer suspeita. Porém, esta página acabou lhe infectando com um malware, e agora seu dispositivo é parte integrada de uma botnet. Isso acontece constantemente com milhares de usuários ao redor do mundo.
Botnet em ataques DDoS
No caso de um ataque de negação de serviço distribuído (DDoS), o atacante, também conhecido como bot herder ou botmaster, pode utilizar uma botnet (chamada por muitos de rede zumbi) para enviar tráfego malicioso até a vítima.
Atualmente, muitos desses criminosos criam botnets com o intuito de transformá-las em um negócio rentável na dark web, que é conhecido como Botnet-as-Service. Também conhecida como botnet de aluguel, qualquer indivíduo com más intenções e conhecimentos básicos pode contratar o serviço e enviar um ataque.
Constantemente, os cibercriminosos exploram as vulnerabilidades encontradas nos dispositivos IoT (internet das coisas). Você sabia que esses dispositivos possuem uma grande quantidade de vulnerabilidades em sua própria plataforma nativa?
Pois é, os dispositivos IoT são uma realidade na vida de milhares de pessoas, porém, todo cuidado é pouco. Afinal, esses aparelhos saem do fabricante sem ferramentas básicas de segurança e isso pode comprometer seus usuários.
Mirai
Em agosto do ano de 2016, já apareciam os primeiros registros do que viria a ser um dos maiores ataques cibernéticos da história. Nesse caso, o criminoso explorou vulnerabilidades encontradas em dispositivos IoT (câmeras de segurança, roteadores domésticos, entre outros). Ao todo, estima-se que 600.000 destes dispositivos foram infectados pelo botnet Mirai.
Para se ter ideia, os servidores C&C, responsáveis por comandar a botnet, direcionaram diversos ataques DDoS contra organizações no mundo todo. Ao mesmo tempo, no ano de 2016, a Huge Networks defendeu cerca de 120 mil ataques IoT. O Mirai causou ataques volumétricos utilizando inundação HTTP, UDP, GRE, e outras técnicas complexas de TCP Flood. Dessa forma, a volumetria causada pelo botnet Mirai chegou a aproximadamente 1,1 Tbps. Na época, superando inclusive o detentor anterior do título de maior ataque DDoS da história (400 Gbps), dando uma nova perspectiva aos ataques DDoS.
Por que os ataques botnet merecem a sua atenção?
Quando analisamos os volumes de buscas de palavras-chaves em sites como Google Key Planner ou Semrush, nos deparamos com um grande número de pesquisas por termos como: “como criar uma botnet?” ou “mirai botnet download”.
Muito provavelmente, as intenções por trás destas buscas não são das melhores. Além disso, com um pouco de investimento e uma série de más intenções, qualquer indivíduo tem acesso a uma botnet inteira.
Portanto, a fácil propagação do malware em máquinas e dispositivos contrasta com a dificuldade em mitigar os ataques causados por uma botnet. Logo, um usuário comum, conectado a internet através de um dispositivo qualquer, pode ser parte de uma botnet e nem ter ciência disso. Atualmente, esse fato ocorre porque esses malwares possuem uma atualização de comportamento que acaba dificultando sua detecção.
Como estar protegido contra um ataque proveniente de uma botnet?
Bom, até aqui já falamos sobre o que são botnets, como elas funcionam e o motivo pela qual elas merecem nossa atenção. Portanto, agora é a hora de descobrir as maneiras pelas quais podemos nos proteger desse tipo de ameaça na web.
A sua empresa está preparada para receber um ataque de botnet?
A princípio, qualquer dispositivo conectado à rede pode ser infectado por um malware e, consequentemente, ser recrutado para integrar uma botnet. Nesse caso, estamos falando, por exemplo, de relógios, câmeras de segurança, geladeiras, computadores e roteadores. Afinal, o mundo está cada vez mais conectado e a previsão é de que muito em breve, quase tudo esteja ligado à rede.
6 dicas básicas para não se tornar uma vítima de botnets
Sistema operacional sempre atualizado
Constantemente, os desenvolvedores estão atentos às falhas e vulnerabilidades encontradas no sistemas operacionais. Portanto, mantê-los atualizados é uma das mais importantes medidas de prevenção contra malwares.
Navegação responsiva
Criar bons hábitos na internet significa manter distância das ameaças presentes nela. Portanto, se você tem dúvidas sobre a integridade de um site ou arquivo de download, não execute nenhum deles e evite maiores danos.
Anexos de e-mails
Crie o hábito de verificar a autenticidade de seus e-mails, pois eles são a fonte de muitos criminosos que procuram instaurar uma botnet no seu dispositivo. Você assinou aquela newsletter? Já viu aquele endereço antes?
Atualmente, muitos sites solicitam ao usuário a autorização para enviar mensagens na caixa de entrada. Contudo, para os desavisados, isso pode ser um grande problema, já que os anexos e links disponíveis nesses e-mails podem conter agentes nocivos. Portanto, mantenha o seu e-mail organizado e limpo para não ocorrer a possibilidade de abrir um malware anexado.
Cuidado com links suspeitos
Na internet, existem milhões de links, banners e outras iscas que podem esconder diversos tipos de vírus. Portanto, não caia no “clickbait” de cibercriminosos da internet e só clique em links confiáveis.
Tenha um software antivírus
Tenha um bom antivírus! Encontre o software que mais e se encaixa dentro de suas necessidades e mantenha todos os seus dispositivos longe de possíveis invasões.
Boas práticas
Adote medidas importantes, como por exemplo, BCP38 ou MANRS. Além disso, você pode criar um manual de boas práticas e protocolos de segurança na internet. Um exemplo prático é não expor serviços ou protocolos desnecessários para a internet externa (WAN).
Conclusão
É importante ressaltar que estas são medidas preventivas básicas para se proteger contra os ataques de uma botnet. Porém, se você possui uma infraestrutura mais robusta ou servidor, a ideia é ter um serviço de proteção contra esses ataques. Aqui na Huge Networks nós levamos esse assunto a sério, e, por isso, trabalhamos todos os dias para transformar a internet em um lugar mais seguro para empresas e usuários.
Portanto, fique atento às medidas preventivas contra ataques cibernéticos e procure uma ajuda especializada em casos mais específicos e complexos. Afinal, uma das melhores soluções para se proteger contra ataques na internet é criar uma estratégia para se antecipar a eles.